Manias e Compulsões

Quando uma história realmente começa?
Muitos dizem que nossa personalidade começa a ser formada do ventre da nossa mãe, coisas como: “coloque musica clássica para sua barriga ouvir e seu bebê nascerá inteligente”.
Outros acreditam plenamente que sua personalidade é um carma ou algum tipo de escolha divina, coisas que precisamos conviver e aprender a superar, nossos defeitos. Para sermos pessoas melhores e elevadas precisamos mudar.
Algum tempo atrás eu ouvi, de uma pessoa que eu fui apaixonada, a seguinte coisa: “Defeitos não existem. São apenas características que nos ajudam a enfrentar as coisas que passamos”. O contexto onde ele disse isso era recheado de significado religioso, “D’us não nos faria imperfeitos”.
Juro que eu tentei ser religiosa. Várias vezes eu busquei essa peça, mas a verdade é que falta em mim a necessidade de acreditar em algo. Acho que nem nos momentos de maior tristeza eu pedi algo a algum Deus. Mesmo porque se eu pedir alguma coisa pra algum Deus só quando eu estiver em necessidade, seria uma hipocrisia muito grande.
Mas gostei de pensar que cada um tem características ao invés de defeitos. Com certeza meu ditos “defeitos” me colocaram em muita enrascada, mas me salvaram muitas vezes de sofrer muito mais com os acontecimentos ruins.
Mas, se eu tivesse que definir uma lembrança que diz um pouco sobre uma das minhas características, eu diria que correr atrás do primo de uma amiga é uma delas. Era uma brincadeira interessante que eu e uma amiga fazíamos na segunda série.
Não é novidade que meninos nessa idade odeiam meninas, odeiam beijar e tudo relacionado com não brincar com os amigos. Sabendo disso, eu e ela soltávamos o rapaz pela casa, sim, soltávamos pois ele estava preso anteriormente. E falávamos para ele correr. Depois de contar até 10 corríamos atrás e quando o alcançávamos, e a gente sempre alcançava, nós o beijávamos. Selinho bobo, mas a coisa toda funcionava de maneira de maneira bem cruel. Cada uma ia para um lado e o cercávamos nos corredores da casa grande da avó da minha amiga.
Anos depois, quando estava falando com um ex-namorado, ele me definiu como um lobo, que caça um grupo de bisões. Os pobres bisões correm protegendo os mais fracos no meio. Nem sempre o lobo é bem sucedido, mas quando consegue pegar um dos fracos o grupo se desfaz, expondo as fraquezas para o resto da alcatéia. Ele disse que eu faço isso com grupos de amigos, eu os destruo.
Na hora eu me senti ofendida, mas hoje eu penso naquela brincadeira lá na infância. Talvez ele me visse de uma maneira que nem eu conseguia ver. Não me sinto um lobo, nem uma caçadora. Mas não posso negar que ainda gosto de cercar e abater homens em grupos.

Primeiro contato

A maior solidão que já senti na vida foi em meio a uma multidão. Quando estamos a sós existe sempre a possibilidade de encontrar alguém, de ligar, de sair. Mas quando se sai, encontra pessoas e mesmo assim isso não extirpa o vazio de dentro de si, existe a certeza, inegável, de que você está sozinho.
Qual a reação de alguém que constatou que não pertence a isso que está a sua volta?
Eu só posso falar por mim, afinal não leio mentes, ainda! Em verdade cada um pode falar apenas por si mesmo. E isso parece óbvio quando escrito, mas é impressionante a quantidade de pessoas que parecem saber mais que você sobre sua própria vida.
Pais, familiares em geral, amigos, conhecidos, colegas, pastores... cada um deles acha que sabe o que é melhor para você, segundo sua própria filosofia.
Sabem, eu pensei muitas vezes, em como começar esse texto e os próximos. Textos sobre a minha vida, a minha história! Ora, quem pode saber mais disso que eu? Que forma melhor que em primeira pessoa, então?
E toda boa história começa com a apresentação da personagem principal. Mas quem falou que essa é uma boa história? Se alguém está lendo isso para aproveitar uma boa e velha ficção com algum final intenso, pode parar de ler agora!
A todos os outros que continuarem, um comunicado: Não pretendo ser dócil! Nem comigo nem com nenhum outro envolvido. Isso é como EU vejo as coisas que aconteceram a minha volta.
Feitas as devidas introduções, eu.
Quando por polidez as pessoas perguntam quem você é, querem saber (na maioria da vezes) o que você faz para sobreviver. Porém, pouquíssimas vezes a pessoa pode ser definida pelo que faz das 8 da manhã às 18 da tarde.
Mas como nossas relações superficiais e interesseiras estão pouco se lixando para a verdade ou para o próximo, basta saber o piso salarial.
Não importa saber como eu sobrevivo por enquanto, basta saber que eu escrevo. Coisas.
Gosto dos meus contos e crônicas, odeio minhas poesias e faço roteiros com afinco e paixão. Em verdade, já que citamos o seu santo nome em vão, pode-se entender mais sobre mim lendo meus personagens que convivendo comigo por anos a fio. Eu sou uma ostra, ao menor sinal de aproximação real eu me fecho. O que de bom eu produzo sai da minha inquietação e irritação.
Entretanto todos a minha volta parecem saber muito de mim. Colegas e amigos recém-conhecidos me consideram amável, sociável, aberta. Mas já fui chamada de súcubus, não apenas uma vez, e de anjo, muito mais vezes.
Querem saber o que eu acho?
Cada um vê o que deseja ver!

Quem sou...

Helena foi uma mulher belíssima, mas acima disso foi uma mulher pela qual muitos heróis morreram e uma guerra foi travada.
Helena é um vulcão, e apesar de todas as analogias ligadas a isso, ainda é o vulcão mais ativo do mundo. Poder de destruição e atração.
Quer saber meus segredos?
Bem-vindos à minha casa...